Panorama do Mercado de Soja e Milho em 30/09/2025

Soja e milho aguardam relatório do USDA em 30/09. Colheita avança nos EUA, China segue fora do mercado e câmbio limita repiques no Brasil.

Panorama do Mercado de Soja e Milho em 30/09/2025
Criação: CostaWeber Agrosolutions

USDA no radar: soja segue pressionada pela ausência da China e milho acompanha avanço da colheita nos EUA

O mercado de grãos abre esta terça-feira (30) em compasso de espera, à sombra do relatório de estoques trimestrais do USDA, que será divulgado no final da manhã. O documento deve balizar o sentimento das próximas sessões, tanto para a soja quanto para o milho, em meio à colheita americana que avança dentro do ritmo esperado e ao câmbio que limita repiques no Brasil.
 

Soja: China ausente mantém pressão sobre Chicago

As cotações da soja em Chicago permanecem laterais a baixistas, pressionadas pela ausência da China entre os principais destinos da oleaginosa norte-americana. Segundo o USDA, foram inspecionadas 593,9 mil toneladas para exportação na semana encerrada em 25 de setembro, volume 5% superior ao da semana anterior. Ainda assim, o maior comprador mundial se manteve fora das listas, o que reforça a percepção de que o apetite chinês deve seguir direcionado à América do Sul neste momento.

Além disso, operadores realizam ajustes de posição antes da divulgação dos estoques trimestrais. Analistas estimam que, em 1º de setembro, os Estados Unidos contavam com cerca de 8,76 milhões de toneladas de soja, número inferior ao observado no mesmo período de 2024, quando havia 9,31 milhões de toneladas.

Na safra americana, o USDA/NASS informou que 19% da área de soja já havia sido colhida até 28 de setembro, ritmo dentro da média histórica. O ingresso dessa oferta no mercado adiciona pressão imediata aos preços, ao mesmo tempo em que amplia a cautela dos produtores brasileiros no curto prazo.
 

Milho: safra americana reforça oferta global

O milho acompanha a mesma trajetória de cautela. Na Bolsa de Chicago, os contratos trabalham próximos da estabilidade, com leve viés negativo, refletindo o avanço da colheita nos EUA e as expectativas em torno dos estoques trimestrais.

Até 28 de setembro, o USDA/NASS estimava 18% da área de milho colhida, também dentro do compasso sazonal. Esse fluxo de entrada do cereal no mercado tende a manter pressão sobre as cotações internacionais nas próximas semanas.

No Brasil, o Cepea/Esalq aponta que os preços domésticos seguem influenciados pelo câmbio e pela dinâmica de exportações. Os estoques internos mais confortáveis e o ritmo lento dos embarques têm limitado altas consistentes, deixando o mercado interno com negócios pontuais e compradores seletivos.
 

Câmbio: real firme limita repiques

O dólar opera ao redor de R$ 5,32, movimento que, embora mantenha certa competitividade das exportações, reduz a sustentação dos preços internos quando Chicago não apresenta força. Para produtores e compradores, esse cenário reforça a necessidade de cautela nas negociações de curto prazo.
 

O que acompanhar no dia

  • USDA – Estoques em 1º de setembro: divulgação às 11h (CDT), com potencial de reprecificação imediata dos spreads e basis.
  • Ritmo da colheita nos EUA: números atualizados podem confirmar ou alterar a pressão sazonal.
  • Fluxo da China: qualquer sinal de retomada das compras de soja norte-americana seria gatilho altista para Chicago.
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