Crime de feminicídio na região ganha repercução nacional
Homem simula assalto e é preso por feminicídio após matar esposa recém curada de câncer
A Polícia Civil do Paraná prendeu, na última sexta-feira (26), Adriano Forgiarini, de 37 anos, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do estado, suspeito de assassinar a própria esposa, Jaqueline Rodrigues Pereira, também de 37 anos, no dia 13 de setembro.
O caso, inicialmente registrado como latrocínio (roubo seguido de morte), passou a ser investigado como feminicídio após os investigadores identificarem inconsistências no depoimento do acusado.
Jaqueline foi encontrada morta com um tiro na cabeça, na área externa da residência do casal. No mesmo momento, Adriano também apresentava ferimentos por arma de fogo e chegou a ser internado em estado grave, o que reforçou, a princípio, a versão de que ambos teriam sido vítimas de criminosos.
As investigações, no entanto, apontaram que os disparos contra o homem foram feitos por ele próprio, numa tentativa de sustentar a falsa narrativa de assalto. A arma utilizada no crime foi localizada na propriedade da família.
Com o avanço das apurações, a Justiça decretou a prisão preventiva de Adriano, que foi encontrado escondido em um hotel de São Miguel do Iguaçu. Ele responderá pelo crime de feminicídio, enquanto o inquérito segue em andamento para reunir novas provas.
Possíveis motivações
De acordo com familiares, Jaqueline havia flagrado áudios comprometedores no celular do marido, que apontariam uma possível traição, cometida durante o período em que fazia tratamento contra o câncer.
Além disso, a polícia apura a existência de um seguro de vida com valores consideráveis, que pode ter sido um dos fatores para a motivação do crime.
Vítima havia vencido câncer recentemente
Jaqueline havia concluído, em março deste ano, um tratamento contra o câncer de mama. Casada com Adriano há 12 anos, sua morte causou forte comoção em São Miguel do Iguaçu.
Apesar de ser considerado bem quisto por familiares, vizinhos e amigos, o suspeito não levantava desconfianças de que seria capaz de cometer o crime, classificado pela polícia como de grande frieza e crueldade.
Repercussão nacional
A notícia ganhou destaque em veículos de comunicação de todo o país nesta segunda-feira (29), mobilizando a opinião pública e levantando debates sobre a violência contra a mulher, principalmente da maneira que este caso aconteceu.
Feminicídio no Brasil
No Brasil, a pena para feminicídio varia de 20 a 40 anos de prisão, conforme a Lei nº 14.994/2024, que trata o crime como autônomo e mais severo que o homicídio qualificado.





















